quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

PROJETO 

“CIGANOS SUJEITOS DE DIREITOS”

BALANÇO DAS AÇÕES EM 2013 E 

PERSPECTIVAS PARA 2014.





O ano de 2013 para o projeto “Ciganos: sujeitos de direitos” foi bastante significativo, isso porque o mesmo galgou dimensões a nível nacional e internacional. Especialmente por ter conseguido ultrapassar os muros da escola ao participar especialmente da Mostratec em Novo Hamburgo-RS em outubro de 2013, maior Feira de Ciência e Tecnologia da América do Sul que se destina à apresentação de projetos de pesquisa científica e tecnológica nas diversas áreas do conhecimento humano, desenvolvidos por alunos do ensino médio e da educação profissional de nível técnico, do Brasil e de outros países; bem como foi aprovado para a III Feira de Ciências da Bahia- FECIBA em Salvador em novembro de 2013, alcançando a 3ª colocação na Área de Ciências Humanas e, por isso, foi credenciado para a EXPO MILSET BRASIL, que ocorrerá em maio de 2014 em Fortaleza-CE, uma grande feira de ciências realizada para alunos credenciados e inscritos, de ensino médio, técnico e superior, de todos os 26 estados e o distrito federal do Brasil e outros 15 países da América Latina e Europa. E para fechar o ano foi também aprovado para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – FEBRACE que ocorrerá em São Paulo em março de 2014.
Certamente o sucesso do projeto tem acontecido pela relevância do mesmo e da pesquisa científica realizada pelos alunos Camila Sena, Hanna Juciele Gomes, Jean Carlos Rodrigues, Marcos Vinícius Martins e Urias Valois, sob a orientação das professoras Laudicéia da Cruz Santos e Sabrina de Souza Lima, ao ter como objeto de estudo os ciganos "Calon" de Jacobina e porque busca colaborar para que a sociedade em geral tenha um olhar mais positivo e menos estereotipado sobre as etnias ciganas.
Tudo teve início a partir do tema geral da II Feira de Ciências do CEEP Felicidade de Jesus Magalhães “Tecnologias Sociais e Sustentabilidade”, então o grupo resolveu apresentar um projeto de pesquisa cujo eixo central envolvesse a valorização da etnia cigana na sociedade jacobinense. Porque percebemos que os povos ciganos são marginalizados e estereotipados certamente pelo desconhecimento que a população em geral tem da trajetória dos mesmos, de suas culturas e representações.
A proposta de pesquisa foi pensada para levantar dados e informações que a população tem sobre os ciganos, uma vez que lançamos a hipótese de que socialmente, os mesmos são rotulados e estereotipados a todo instante. Entendemos que muitos desses rótulos persistem em virtude da falta de conhecimento da sociedade não cigana, acerca das histórias, culturas e tradições desses povos. Diante disso propomos uma possível intervenção para mudança dessa postura através da realização de palestras e mesas-redondas com um público que pudesse torna-se multiplicador dos conhecimentos adquiridos nos mais diversos espaços sociais por eles frequentados. Com o intuito de possibilitar a redução do preconceito e contribuir para a valorização dos povos ciganos.

                      PLANEJAMENTO DAS AÇÕES



























Para tanto, realizamos uma pesquisa de campo de caráter investigativo com entrevistas no comércio local, com alunos da educação básica do ensino fundamental II do município de Jacobina, com os próprios ciganos da etnia Calon; a análise qualitativa e quantitativa dos dados coletados; a organização de mesa-redonda para oportunizar aos alunos um conhecimento pautado em estudos e pesquisas sobre as etnias ciganas para contrapor com as visões anteriores que os mesmos possuíam baseadas no senso comum. Após essa intervenção realizamos outra entrevista com esse mesmo público estudantil para saber quais as novas impressões adquiridas e se estas foram capazes de possibilitar uma mudança de postura em relação aos ciganos.


PALESTRA E ENTREVISTAS NA ESCOLA YÊDA BARRADAS CARNEIRO








Buscando valorizar as representações culturais dos povos em questão, além do contato, da conversa, das entrevistas feitas com os ciganos, onde eles expressaram seus sentimentos, suas constantes lutas, sofrimentos, culturas, tradições, o desejo de serem respeitados, aceitos e valorizados; também coletamos objetos que os mesmos consideraram significativos para representar e dar visibilidade à sua história. Tais objetos fizeram parte do stand na II Feira de Ciências do CEEP Professora Felicidade de Jesus Magalhães.

VISITA A COMUNIDADE CIGANA NO 
BAIRRO DA CATUABA
"ETNIA CALON - FAMÍLIA DOURADO DA MOTA"



CIGANOS: SR ZELITO DOURADO , ADERINO DOURADO E DONA CEÍLDE.















CIGANOS DA ETNIA CALON - FAMÍLIA DOURADO DA MOTA


II FEIRA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS SOCIAIS DO CEEP FELICIDADE.


O trabalho desenvolvido por toda a equipe impactou os alunos, professores e a comunidade em geral que veio prestigiar o evento e o nosso stand. Inclusive o nosso objeto de estudo, o povo cigano, se fez presente abrilhantando a feira de Ciências. Nesta oportunidade percebemos o brilho no olhar e a satisfação dos ciganos em ver sua história tendo uma significativa visibilidade para a sociedade jacobinense.















Jean Carlos explicando a prática da Buena Dicha

ORIENTADORAS: LAUDICÉIA SANTOS E SABRINA LIMA

MARCOS VINICIUS EXPLICANDO A CULTURA CIGANA



 Aluna Camila explicando a história de Santa Sara Kali (protetora dos ciganos)





O trabalho desenvolvido por toda a equipe impactou os alunos, professores e a comunidade em geral que veio prestigiar o evento e o nosso stand. Inclusive o nosso objeto de estudo, o povo cigano, se fez presente abrilhantando a feira de Ciências. Nesta oportunidade percebemos o brilho no olhar e a satisfação dos ciganos em ver sua história tendo uma significativa visibilidade para a sociedade jacobinense


























CIGANOS DA ETNIA CALON VISITANDO O ESTANDE

Alunos: Urias, Hanna, Camila, Marcos, Beth e Jean e as professoras Laudicéia e Sabrina

Posteriormente, levamos o nosso trabalho para o Rio Grande do Sul, na Mostratec; Salvador para a FECIBA, ambas em 2013. E no ano em curso iremos divulgar o projeto e a cultura cigana em outras duas feiras: FEBRACE em São Paulo e a EXPO MILSET BRASIL no Ceará. Temos ainda perspectivas de consolidar e ampliar a nossa pesquisa para que as pessoas a partir do conhecimento da cultura e tradições das etnias ciganas possam conhecê-la melhor e assim respeitá-la.

MOSTRATEC - NOVO HAMBURGO-RS



"MAIOR FEIRA DE CIÊNCIAS DA AMÉRICA DO SUL"

OUTUBRO DE 2013




























III FEIRA DE CIÊNCIAS DA BAHIA - FECIBA
NOVEMBRO DE 2013

Alunos Jean Carlos e Urias Valois na FECIBA- 2013








VISITA DO SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO, OSVALDO BARRETO, AO NOSSO ESTANDE





3º LUGAR NA ÁREA DE CIÊNCIAS HUMANAS NA FECIBA


Dessa forma, estamos demonstrando que a pesquisa científica é possível na Educação Básica, não sendo meramente atrelada ao nível superior. Entendemos que nenhuma mudança de discurso, visão e posicionamento ocorrerá rapidamente, mas buscamos colaborar para que, especialmente os alunos participantes da nossa pesquisa sejam multiplicadores de uma concepção positiva sobre os povos ciganos. Afinal, vivemos numa sociedade multicultural, em que não há superioridade nem inferioridade, mas sujeitos e culturas distintas e que devem ser respeitados em suas diferenças. E a primeira forma para que isso ocorra é conhecer de forma mais profunda a história, cultura, tradição, costumes e valores dos ciganos.

AGRADECIMENTOS

Gestores do CEEP Felicidade, aos professores pesquisadores sobre a cultura cigana Miriam Geonisse Miranda Guerra, Saane Carvalho, Tiago Almeida e Aderino Dourado da Mota (educador e cigano); aos ciganos Calons da família Dourado da Mota; aos professores parceiros e aos nossos alunos pesquisadores Hanna Juciele, Camila Sena, Jean Carlos, Marcos Vinícius e Urias Valois.

CRÉDITOS
TEXTO: LAUDICÉIA DA CRUZ SANTOS E SABRINA DE SOUZA LIMA
FOTOS: URIAS VALOIS, HANNA JUCIELE, LAUDICÉIA SANTOS, LUDMILA NEVES
EDIÇÃO E ORGANIZAÇÃO: LAUDICÉIA SANTOS



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